Alunos, funcionários e professores aderiram à greve.
As três classes declararam ser contra os decretos do governador José Serra, publicados no início do ano. Em resumo (e na minha opinião), os decretos, de fato, tiram a autonomia da USP e das outras universidades públicas paulistas.
(resumo dos decretos: http://.noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1627332-EI306,00.html)
Sou contra qualquer tipo de manifestação violenta, e esse NÃO é o caso da ocupação do prédio da Reitoria da Usp (blog da ocupação: http://ocupacaousp.noblogs.org/).
Ao meu ver, essa atitude poderia ter sido evitada se a reitora da USP tivesse conversado com os alunos. Mas, ao contrário do que foi publicado na Veja e na Folha de São Paulo, os alunos não são “um bando”, são uma equipe organizada; não estão “fazendo balbúrdia”, estão exercendo o direito de reivindicar e o prédio (em reformas) foi ocupado sem violência alguma. Aliás, a única violência que está para acontecer é a reintegração de posse do prédio pela tropa de choque (coisa que não acontece desde a época da ditadura militar), que não ocorreu ainda, felizmente.
Serra alterou alguns pontos dos decretos e publicou um novo decreto reforçando essas alterações. Particularmente, acho que, com esse avanço, a greve perderá a força e acabará em breve. Mas a ocupação da Reitoria continua, ou seja, a greve ainda continua. Afinal, essas alterações significam pouco em relação a tudo o que é reivindicado.
Quero o fim da greve, claro, desde que seja o melhor para o futuro da USP (o que não acontece nesse momento).
Assisti um debate na MTV, no domingo, entre alguns alunos e professores da USP. Três eram a favor e três eram contrários à ocupação da Reitoria e à greve.
Sou completamente a favor da greve. Penso que a ocupação da Reitoria é um incentivo, uma manifestação pacífica e encorajadora.
Nem todo mundo pensa como eu e nem todo mundo está por dentro do que está de fato acontecendo. Muitos nem sabem o motivo principal da greve. Eu, por estudar lá, estou mais ou menos interado do assunto.
Ninguém é obrigado a concordar comigo, claro. Assim como ninguém é obrigado a concordar com a ocupação da Reitoria. Porém, o que me incomoda é o fato de alguns (muitos) alunos da graduação serem contrários à greve. Na minha opinião, esses alunos se encaixam em uma das duas seguintes situações: (1) Pensam individualmente. Estão preocupados única e exclusivamente em sua formação, não se importando no que será da universidade pública no futuro. Ou (2) são alienados. Mal sabem para que serve uma greve. Ficam contentes por terem “férias” antecipadas.
Ninguém é obrigado a ser a favor da greve. Assim como ninguém é obrigado a estudar em uma universidade pública de qualidade. É tudo questão de interesse. Os interessados em manter uma universidade pública autônoma e de qualidade devem ter o pensamento de lutar por ela. Já os que não se importam muito com isso, preferem lavar as mãos. E há ainda os que acreditam que os decretos do Serra visam à melhoria da universidade…