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Reflexão teórica sobre o filme “O Ponto de Mutação”

Escrevi uma dissertação sobre o filme “O Ponto de Mutação” como um dos trabalhos de final de curso da disciplina “Práticas Escolares, Diversidade, Subjetividade”.
Ei-lo.

O filme “O Ponto de Mutação” traz à tona um tema de extrema importância para a humanidade: a necessidade de uma nova visão de mundo, diante de uma crise de percepção do mundo atual. Traz reflexão sobre as bases da nossa existência e da integração entre o pensamento e as ações humanas no contexto do desenvolvimento, na busca de um progresso equilibrado e sustentável.

Inicialmente, os comentários dos três personagens sobre diversos assuntos – política, ecologia, tecnologia e futuro da humanidade – nos conduz ao século XVII, fazendo-nos refletir sobre o pensamento cartesiano, que enxerga o mundo como uma máquina e que, para entender o todo, basta desmontá-lo e estudar suas partes isoladamente (metáfora do relógio). Na época, esse pensamento tomou conta da ciência, da arte e da política. Mas enquanto a ciência avança, deixando para trás esse pensamento, a política – e consequentemente a educação – ainda permanece nessa visão mecanicista difundida por Descartes e reforçada pelas leis de Newton.

Enxergar somente as partes, e não o todo, é um equívoco. Pensar que se pode compreender o mundo estudando suas partes isoladamente nos fez chegar a uma crise de percepção do mundo. Essa crise fez com que a humanidade passasse a pensar em seus problemas isolados e não conseguir perceber que fazem parte de um todo: o universo. Embora seja imprescindível conhecer as partes, é preciso que o mundo seja pensado como processos e não como estruturas. É necessário ter uma visão sistêmica do mundo, centrada nas conexões entre as partes do todo. Não se deve olhar para os problemas globais tentando solucioná-los separadamente. Devemos entender as conexões entre eles para depois resolver os problemas.

No mundo moderno, as pessoas se acostumaram a receber conhecimento e informação prontos, no conforto de seus lares e em suas nacionalidades, e pouco pensam que todas as criações e descobertas feitas pelo homem devem ser moldadas, revistas; que somos todos parte de uma imensa teia de relações; que é nossa responsabilidade perceber e prever as possibilidades do futuro; que, antes de tudo, somos os únicos responsáveis por nossos atos e pelos reflexos dos mesmos no universo no qual estamos inseridos.

Se faz necessário uma nova visão de mundo, uma mudança de paradigma, um pensamento que veja o mundo como um todo e, antes de fracioná-lo, entenda sua conexão, sua interatividade, sua integração, sua unidade, seu caráter cíclico, sua continuidade, sua renovação.

Essa nova maneira de ver o mundo tem implicações na educação.

Precisamos pensar com maior relevância a mediação do conhecimento diante de todas as descobertas que nos são impostas e que modificam nosso modo de agir na sociedade, que é parte de uma nação, que é parte de um continente, e tudo está interligado a um sistema maior, que é a humanidade.

A visão sistêmica deve ser integrada à educação. Passamos anos na escola recebendo conhecimento fragmentado em matérias, mas não somos treinados para sermos capazes de reunir esse conhecimento, analisá-lo e chegar a conclusões a respeito desses conceitos. É necessário que as redes de ensino hajam de forma interdisciplinar, sendo trabalhadas como uma teia ligada a diferentes disciplinas, a fim de estudar um fenômeno. Por exemplo, tratar um problema como o da poluição de um córrego e desenvolver os conhecimentos – matemáticos, a língua portuguesa, a história, a geografia, os diversos conteúdos de ciência, as atividades de artes – com o objetivo de levar aos alunos a consciência das causas da poluição; a conhecer a história da ocupação daquele local pelo ser humano; a buscar o conhecimento de todos os agentes sociais envolvidos no problema e suas responsabilidades sociais e éticas; a avaliar as consequências para a saúde das pessoas e para o meio ambiente; a procurar caminhos sociais e políticos para a resolução do problema e para a melhoria da qualidade de vida etc[1].

Aderir a um novo paradigma na forma de pensar os conhecimentos (mostrando a inter-relação entre as disciplinas, por exemplo) é o caminho para compreender o mundo de forma correta. Somente dessa maneira é que conseguiremos entender e solucionar os problemas do mundo atual e viver uma vida saudável e plena.

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[1] Exemplo retirado de ARAÚJO, U.F.; PUIG, J.M.; ARANTES, V.A. (Org).Educação e valores: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2007, p. 39.

Preste atenção

liberdade_exprssao

Bolívia

Estes são os braços de Raymundo e David, dois irmãos bolivianos que acabaram de chegar ao Brasil.
Eles foram ao local onde eu trabalho (Poupatempo) para requerer um atestado de atecedentes criminais para poderem trabalhar em uma fábrica de roupas.

Os irmãos, que têm cerca de trinta anos, contaram muitas curiosidades sobre a Bolívia. A mais impressionante delas foi que as Forças Armadas da Bolívia MARCAM os soldados com tatuagens nos braços, como essas aí em cima.

A primeira foto é da tatuagem do braço do Raymundo, feita pela Aeronáutica; e a segunda foto é da tatuagem do braço do David, feita pelo Exército boliviano. Ambas foram feitas quando os irmãos se alistaram, ou seja, quando tinham 18 anos de idade.
Eles ainda informaram que, se um boliviano foge do serviço militar, é perseguido e punido severamente. E essa prática é mantida no governo de Evo Morales.

Me contaram também que moram junto com outros compatriotas numa espécie de comunidade boliviana no bairro da Vila Maria, e que existem muitas outras em São Paulo.

Eu, impressionado com a informação, perguntei se podia tirar foto das tatoos com o meu celular. Eles me autorizaram e aí estão as fotos.

É impressionante saber que coisas como essas ainda acontecem em pleno século 21.


Eu

Roger Oliveira. 28 anos.

Frase

"Quem algum dia aprender a voar deve aprender antes a ficar de pé, a caminhar, a correr, a subir, a dançar" - Friedrich Nietzsche

Estou lendo

"Excalibur - Crônicas de Artur 3" - Bernard Cornwell
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